- Alberto César Araújo/Folhapress - | |||||
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O Ministério do Meio Ambiente realizou, nos dias 5 e 6 de outubro, seminário sobre desmatamento |
A taxa anual de desmatamento na Amazônia voltou a crescer. Em comparação
aos números de 2014, houve um aumento de 24% no desmatamento da
floresta. Os dados foram divulgados na semana passada pelo Inpe
(Instituto de Pesquisas Espaciais).
Foram derrubados 6.207 km² de mata entre agosto de 2014 e julho de 2015.
É a maior taxa desde 2011, quando foi registrada a destruição de 6.418
km².
O desmatamento documentado é equivalente a aproximadamente quatro parques Ibirapuera.
O desmatamento documentado é equivalente a aproximadamente quatro parques Ibirapuera.
Em termos comparativos, o aumento de 24% representa o segundo maior
desde o começo dos anos 2000. O ano de 2013 permanece o campeão, com 29%
de crescimento no desmatamento em relação ao ano anterior.
O dado isolado, contudo, não deve ser necessariamente o foco das
preocupações em relação ao desmatamento, diz Thelma Krug, diretora do
DPCD (Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento do
Ministério do Meio Ambiente).
Para ela, preocupa o fato de desde 2011 haver uma espécie de estagnação
na queda do desmatamento total. O contraste é grande em relação ao ano
de 2009, por exemplo, quando houve uma redução expressiva de 42% no
desmate.
O momento do país é um dos fatores destacados por Thelma para o aumento
nas taxas. Fragilidades políticas e econômicas dificultaram a
fiscalização e intensificaram os quadros de desmatamento. "Temos que
entender que a responsabilização é de todos os entes: federal, estadual e
municipal", afirma.
As terras privadas (propriedades rurais) foram as mais desmatadas em
2015. Elas são responsáveis por 36% de toda a devastação documentada. Em
seguida, mais duas áreas geram preocupação: as glebas, terras públicas;
e os assentamentos. Segundo o Código Florestal, uma propriedade na
Amazônia Legal deve ter 80% de mata nativa preservada.
Além de intensificar a vigilância, a diretora do DPCD diz que está a
caminho um novo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento.
O programa foi lançado em 2004 e, ao se considerar o quadro geral,
desde então, as taxas de desmatamento têm caído. A ideia agora é
diminuir a devastação a partir de incentivos econômicos.
O Ministério realizou, nos dias 5 e 6 de outubro, um seminário para debater a situação atual do desmatamento na Amazônia.
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