Deputados culpam imprensa por fim dos 18 salários
Sob protesto de alguns deputados, a Assembleia Legislativa aprovou
nesta quarta-feira o corte de dois dos três salários extras por ano
pago aos parlamentares maranhenses. Com isso, os deputados passarão a
receber 15 salários anulamente.
Durante a sessão, também foi lida proposta do líder do governo, César
Pires (DEM), determinando o fim da ajuda de custo de pouco mais de R$
mil de auxílio saúde para ex-deputados.
Sobre a redução dos salários, o líder disse que a Assembleia “pagou o
preço da protelação” ao ser exposta mais uma vez de forma negativa em
nível nacional. “Foi um desgaste desnecessário porque essa resolução foi
proposta desde o dia 5 de março e não foi votada. Pagamos o preço da
protelação”, disse.
O presidente da Casa, Arnaldo Melo (PMDB), explicou que a Assembleia
do Maranhão passa a acompanhar rigorosamente a Câmara Federal no que diz
respeito à remuneração dos parlamentares. Ou seja: cada deputado, no
início e no término de cada sessão legislativa (1 ano), terá direito a
uma ajuda de custo no valor correspondente a um subsídio, de pouco mais
de R$ 20 mil
“Se, posteriormente, a Câmara Federal decidir mudar, a Mesa Diretora
voltará a se reunir e a deliberar nesse sentido”, afirmou Arnaldo Melo.
Com a mudança, o Decreto Legislativo, em seu artigo 4º, passa a ter
seguinte redação: “É devida ao parlamentar, no início e término de cada
sessão legislativa, ajuda de custo no valor correspondente a um
subsídio”.
Discussão em Plenário
Durante a sessão ordinária, os deputados Bira do Pindaré (PT),
Raimundo Cutrim (PSD), Cleide Coutinho (PSB), Manoel Ribeiro (PTB),
Graça Paz (PDT) e César Pires (DEM) ocuparam a tribuna para manifestar
seu ponto de vista sobre a matéria.
Bira do Pindaré defendeu a proposta de redução dos 18 salários dos
deputados para 13 e não para 15, como fora defendido por outros
parlamentares. “Se o servidor público tem 13 salários ao ano, o deputado
também tem que ter 13 salários ao ano, e assim por diante”, afirmou
Bira do Pindaré, assinalando que ingressou com um requerimento em que
pede à Mesa providências para corrigir todas as distorções que possam
existir em relação ao salário dos deputados.
Em seu pronunciamento, Raimundo Cutrim foi enfático ao afirmar que a
Assembleia Legislativa foi vítima de “uma campanha sórdida da Mirante”
que, segundo ele, em vez de bem informar a população, tentou criar uma
falsa idéia sobre a verba indenizatória paga aos parlamentares
maranhenses. Nesse ponto ele foi injusto com a emissora porque quem
estoutrou o escândalo em nível nacional foi o jornal Folha de S. Paulo.
No mesmo tom, Manoel Ribeiro fez um discurso de protesto e de repúdio
“contra as gangues que querem desmoralizar o Parlamento brasileiro e,
especialmente, a Assembleia Legislativa do Maranhão”.
As deputadas Cleide Coutinho e Graça Paz louvaram a iniciativa da
Mesa Diretora de apresentar o projeto para contornar o problema: “Toda
situação difícil que traz sofrimento e constrangimento tem que ser
encarada de frente, sem desvios de conduta, sem se esconder. Então eu
acho que nós vamos começar a melhorar, a caminhar na estrada certa para
que possamos realmente nos igualar aos demais trabalhadores”, afirmou
Cleide Coutinho.
Graça Paz lamentou a “orquestração feita contra a nossa Casa
Legislativa, com a clara intenção de indispor os deputados contra a
sociedade”.
Só muito óleo de peroba nesses deputados!
Fonte/Décio Sá
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