segunda-feira, 18 de junho de 2012

BGE apresenta dados preocupantes do Maranhão na Rio+20

O Estado tem a menor proporção de domicílios particulares com microcomputador com internet.
Ingrid Assis/Imirante

Foto: Sidney Pereira/TV Mirante
SÃO LUÍS – Durante a Rio+20, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS 2012), que ajudam a traçar um panorama do país, tendo como base quatro dimensões: ambiental, social, econômica e institucional. Os 62 indicadores reunidos pelo instituto mostram que o Brasil teve ganhos, mas, ainda, apresenta fragilidades nessas dimensões.
Entre os ganhos, estão: a redução, em seis anos, de cerca de 77% no desflorestamento bruto anual da Amazônia Legal; o aumento do número de áreas protegidas; a queda da mortalidade infantil, pela metade, em uma década; e o acesso crescente às redes de água e esgoto e aos serviços de coleta de lixo. Entre as fragilidades do país estão a permanência das desigualdades socioeconômicas e de gênero.
Maranhão
A pesquisa mostra dados preocupantes sobre o Maranhão. O Estado é o terceiro com a menor proporção de moradores em domicílios particulares permanentes com acesso a coleta de lixo, na zona rural. Menos de 10% dos moradores desta área tem acesso a esse serviço. Em primeiro e segundo lugar ficaram Piauí e Tocantins. O Estado brasileiro com a maior proporção de acesso a coleta de lixo na zona rural é São Paulo, mais de 80% dos domicílios têm acesso ao serviço.

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Tais informações sobre a coleta de lixo são relevantes por fornecerem um indicador que pode ser associado tanto à saúde da população quanto a proteção do ambiente, já que resíduos não coletados ou dispostos em locais inadequados favorecem a proliferação de doenças e podem contaminar o solo e os corpos d’água. Vale ressaltar, também, que a decomposição da matéria orgânica presente no lixo origina gases associados ao efeito estufa, por isso, a relevância desse dado para o desenvolvimento sustentável.
Com relação ao número total de internações hospitalares por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, o Maranhão, também, apresentou o terceiro maior número de internações, são mais de 800 a cada 100.000 habitantes. Desta vez, o Estado ficou atrás somente do Pará e do Piauí, que passam de 900 internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado a cada 100.000 habitantes. O IDS 2012 destaca, ainda, que: “Ao se analisar este indicador junto aos indicadores de saneamento da dimensão ambiental, conclui-se que, em geral, nas Unidades da Federação com os maiores números de internações, o acesso aos serviços de saneamento é menor e vice-versa”.

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O Maranhão, também, é o terceiro colocado no número de domicílios particulares permanentes urbanos com rendimento mensal domiciliar per capita de até meio salário mínimo. Mais de 35% dos domicílios urbanos vivem com no máximo meio salário mínimo. Alagoas e Paraíba são os dois Estados que apresentam índices maiores que o Maranhão. O primeiro chega a registrar mais de 40%. Segundo o IDS 2012: “A quantificação da população cuja renda se situa abaixo de um determinado patamar é um aspecto essencial para o desenvolvimento sustentável, na medida em que a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades são objetivos nacional e universal”.

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Por fim, o Maranhão tem a menor proporção de domicílios particulares permanentes com microcomputador com acesso à internet, menos de 10% dos domicílios do Estado. O Distrito Federal registrou o melhor índice, mais de 50%. Isso permite compreender que essa baixa proporção diminui as oportunidades de ampliação de conhecimento para os potenciais usuários, limitando a criatividade e inovação. “O Maranhão perdurou toda a primeira década do século XXI com o pior índice”, frisou José Reinaldo Barros Ribeiro Júnior, tecnologista de informações do IBGE. Isso significa dizer que, neste momento, muitas pessoas no Estado não terão acesso a esta matéria, por exemplo.

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