Vale diz que vai contratar 40 mil pessoas até 2015
Por Pedro Soares, da Folha de S. Paulo:
Rio – Apesar da “nuvem sombria” que paira sobre a
companhia com cobrança de impostos extras no Brasil e na Suíça, além da
perda de ritmo da economia chinesa, a Vale mantém os planos para ampliar
o número de funcionários nos próximos anos.
Serão 10 mil novos empregados, em média, a cada ano até 2015,
antecipou à Folha Vânia Somavilla, diretora-executiva de RH, Energia e
Sustentabilidade. Até lá, diz, a companhia manterá “forte ritmo de
expansão”.
Para
2012 estão previstas 8.100 contratações -destes, 800 serão engenheiros.
Atualmente a empresa tem 134 mil empregados em todo o mundo.
A maior aposta da Vale na hora de recrutar trabalhadores não está no
salário nem no pacote de benefícios oferecidos, mas nas possibilidade do
jovem “vislumbrar uma carreira”, afirma a diretora.
Somavilla diz que há carência de profissionais e dificuldade em
contratar em todos os níveis, mas os problemas são maiores para achar
pessoal de formação superior, sobretudo engenheiros e geólogos.
O problema de restrição de mão-de-obra, afirma, afeta também as
empreiteiras contratadas para tocar as obras da companhia, o que resulta
em aumento de custo dos projetos. “O Brasil está crescendo. São muitos
projetos e há uma competição muito grande pela força de trabalho”, diz a
diretora.
A executiva afirma que a mineradora oferece salários competitivos,
mas o diferencial é melhorar a formação do profissional e oferecer a
possibilidade de galgar degraus dentro da companhia.
O objetivo, segundo ela, é contratar jovens e retê-los na companhia.
“Temos preferência para recrutar pessoal que começa na Vale [para postos
de comando].”
O ritmo das novas contratações, afirma, segue o da implantação de
novos projetos e há um “balizamento” da força de trabalho à medida que
as licenças ambientais para início das obras e das operação de unidades
vão sendo obtidas. A Vale tem um plano de investimento de US$ 21,4
bilhões em 2012.
China forte
Para Pedro Galdi, analista da SLW, a mineradora “vai demandar muitos funcionários” para fazer frente aos novos empreendimentos.
Quanto à China, o especialista diz que as previsões sobre a retração
econômica do país são “exageradas”. A retomada dos EUA, diz, também
sinaliza “ponto a favor na recuperação da economia mundial.” “Não vejo
problemas para a Vale neste ano em termos de demanda pelos seus
produtos.”
Galdi ressalta, porém, que o preço das ações da companhia “pode
continuar sendo contaminado”. O motivo: cobrança de royalties maiores na
mineração (proposta sob análise), questionamento sobre Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (que podem gerar um passivo de até R$ 30
bilhões) e de Imposto de Renda de controladas no exterior, além dos
problemas com seus supernavios.
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