domingo, 30 de outubro de 2011

Fronteira agrícola do Maranhão recebe R$ 30 bilhões em investimentos

São Paulo – A valorização da terra no Sul e no Sudeste do país criou fronteiras agrícolas e transformou os Estados do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia – região conhecida como Matopiba – nos novos polos para investimento das agroindústrias.
Levantamento da Folha com base nos dados das quatro secretarias estaduais de Agricultura aponta ao menos R$ 50 bilhões em empreendimentos em andamento ou já anunciados pelas empresas. O Maranhão é o recordista, com R$ 30 bilhões. O Estado destaca-se pelo aumento na produção de arroz, feijão, algodão, milho e soja. Nos últimos seis anos, a área plantada aumentou 12,4%.
Produção de soja no sul do Maranhão é um dos destaques na nova fronteira agrícola
“Crescemos porque temos área para expansão agrícola e o valor do hectare de terra ainda é vantajoso em relação aos demais Estados, entre R$ 3.000 e R$ 5.000″, disse o secretário-adjunto de Agricultura maranhense, Raimundo Coelho de Sousa. Para atrair empresas, o governo do Maranhão também montou um programa de incentivo à agroindústria e investe na conclusão do Terminal de Grãos do Maranhão, em São Luís, para escoamento marítimo da produção.
Diversificação
No Tocantins, os investimentos de processadoras de soja, usinas de álcool, silvicultores e fruticultores, aliados aos aportes do governo em irrigação, somam R$ 5 bilhões. No centro do Estado, em Pedro Afonso, o hectare de terra custa R$ 5.000. No caso da Bahia, a diversidade agrícola tem atraído agroindústrias e R$ 10 bilhões em investimentos.
No Estado, as empresas produzem vinhos e espumantes, sucos, “snacks” de banana e produtos extraídos da soja e do coco. Entre os investimentos, o de maior destaque é do grupo chinês Chong Qing Grain, que prevê injetar R$ 4 bilhões na construção de um complexo industrial no município de Barreiras, região oeste do Estado, para processamento e escoamento da soja.
“O investimento da agroindústria é prioridade para o nosso Estado porque passamos muitos anos sem ter uma indústria de suco, enquanto éramos o segundo maior produtor de laranja do país”, disse o secretário estadual de Agricultura, Eduardo Salles. A Bahia também adotou uma lei de incentivo à agroindústria. As isenções no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) chegam a 80% de acordo com o porte do empreendimento e a quantidade de empregos que poderá gerar.
O Piauí calcula R$ 5 bilhões em investimentos. O Estado tem 6 milhões de hectares disponíveis para o cultivo. “Queremos empresas ligadas ao cultivo de algodão, milho e soja”, disse o secretário da Agricultura, Rubem Nunes Martins.
Por Venceslau Borlina Filho, da Folha de S. Paulo:

Nenhum comentário: