quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Natal no HMI - Pacientes veem o Natal com tristeza, gratidão e esperança


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A reunião em família é o que os internados mais sentem falta.

Mãe e filha encaram a ceia de Natal cancelada com bom humor. (Foto:Rhaysa Novakoski / Imirante Imperatriz)
IMPERATRIZ - Natal é sinônimo de família reunida, mesa farta e muita alegria em meio à troca de presentes. No entanto, no Hospital Municipal de Imperatriz (HMI), essa data é permeada por sentimentos de tristeza, gratidão e esperança.
“A ceia já estava toda pronta quando nós tivemos que cancelar tudo”, explica Carmelita dos Santos da Silva, 41 anos, sobre o acidente da filha ter feito a família desistir da comemoração. “A atriz principal não vai estar presente”.
A filha, Kauanny Brenda, 22 anos, sofreu um acidente de moto na manhã de véspera de Natal e fraturou a perna, fazendo com que as duas tivessem que passar a noite no hospital. “Comprei até um Chester, e nem vou comer”, brinca Kauanny.
A certa altura, o bom humor dá lugar a algumas lágrimas de Kauanny. Mas a mãe logo espanta o choro, dizendo que o mais importante é a vida dela. “Temos é que agradecer a Deus, porque você está viva”, diz para a filha. As duas passaram a noite de Natal na enfermaria.
O Socorrão possui 400 leitos e atende a mais de 18 mil pessoas por mês. Alguns desses pacientes acabam ficando muito tempo no hospital, como é o caso de Poliana Duarte, que já está há mais de dois meses internada, sem previsão de alta.
Poliana é de Ribeirãozinho e sofreu um grave acidente enquanto viajava de van e teve as duas pernas fraturadas. Ela ficou entre a vida e a morte. Sua acompanhante é a filha mais velha, Mycaellen Almeida, de 17 anos.

Poliana não abre mão de comer o tradicional panetone no Natal. (Foto:Rhaysa Novakoski / Imirante Imperatriz)
A menina fala sobre a preocupação da mãe em estragar seu Natal, mas ela rebate, contando que seria pior se a mãe não estivesse com ela. “O melhor presente de Natal é ela estar aqui comigo”, afirma Mycaellen, que praticamente se mudou para o HMI desde que sua mãe foi internada.
Para comemorar a data, elas compraram um panetone. “Natal sem panetone não é Natal!”, brinca Poliana, que também ganhou um ursinho de presente de uma amiga. Ela conta que o maior desejo dela é passar o próximo Natal com a família e que, mesmo no hospital, ela só tem a agradecer.
“Nesse Natal eu agradeço a Deus por ter devolvido a minha vida e não ter deixado as minhas duas filhas sozinhas.”
O paciente mais antigo no HMI é Felipe Lima, 23 anos. Ele está internado desde que levou um tiro na coluna e ficou paraplégico, há sete meses atrás. Sem família, o Natal de Felipe é alegrado pelos acompanhantes de outros pacientes e funcionários do hospital.

Felipe é querido por todos, e, apesar de não gostar de panetone, fica agradecido com o gesto dos colegas. (Foto: Rhaysa Novakoski / Imirante Imperatriz)
Para ele, o que fará mais falta nesse Natal é justamente a família, principalmente o avó, que morreu pouco antes de ele ir para o hospital.
Querido por todos, Felipe ganhou uma televisão de presente e diz que agora vai poder assistir a toda a programação natalina. Ele também ganhou panetones dos médicos. “Eu comi, mas eu não achei muito bom não”, comenta sobre a comida tradicional.










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