- Rhaysa Novakoski / Imirante Imperatriz
A reunião em família é o que os internados mais sentem falta.
IMPERATRIZ
- Natal é sinônimo de família reunida, mesa farta e muita alegria em
meio à troca de presentes. No entanto, no Hospital Municipal de
Imperatriz (HMI), essa data é permeada por sentimentos de tristeza,
gratidão e esperança.
“A ceia já estava toda pronta quando nós
tivemos que cancelar tudo”, explica Carmelita dos Santos da Silva, 41
anos, sobre o acidente da filha ter feito a família desistir da
comemoração. “A atriz principal não vai estar presente”.
A filha,
Kauanny Brenda, 22 anos, sofreu um acidente de moto na manhã de véspera
de Natal e fraturou a perna, fazendo com que as duas tivessem que passar
a noite no hospital. “Comprei até um Chester, e nem vou comer”, brinca
Kauanny.
A certa altura, o bom humor dá lugar a algumas lágrimas
de Kauanny. Mas a mãe logo espanta o choro, dizendo que o mais
importante é a vida dela. “Temos é que agradecer a Deus, porque você
está viva”, diz para a filha. As duas passaram a noite de Natal na
enfermaria.
O Socorrão possui 400 leitos e atende a mais de 18 mil
pessoas por mês. Alguns desses pacientes acabam ficando muito tempo no
hospital, como é o caso de Poliana Duarte, que já está há mais de dois
meses internada, sem previsão de alta.
Poliana é de Ribeirãozinho e
sofreu um grave acidente enquanto viajava de van e teve as duas pernas
fraturadas. Ela ficou entre a vida e a morte. Sua acompanhante é a filha
mais velha, Mycaellen Almeida, de 17 anos.
A
menina fala sobre a preocupação da mãe em estragar seu Natal, mas ela
rebate, contando que seria pior se a mãe não estivesse com ela. “O
melhor presente de Natal é ela estar aqui comigo”, afirma Mycaellen, que
praticamente se mudou para o HMI desde que sua mãe foi internada.
Para
comemorar a data, elas compraram um panetone. “Natal sem panetone não é
Natal!”, brinca Poliana, que também ganhou um ursinho de presente de
uma amiga. Ela conta que o maior desejo dela é passar o próximo Natal
com a família e que, mesmo no hospital, ela só tem a agradecer.
“Nesse Natal eu agradeço a Deus por ter devolvido a minha vida e não ter deixado as minhas duas filhas sozinhas.”
O
paciente mais antigo no HMI é Felipe Lima, 23 anos. Ele está internado
desde que levou um tiro na coluna e ficou paraplégico, há sete meses
atrás. Sem família, o Natal de Felipe é alegrado pelos acompanhantes de
outros pacientes e funcionários do hospital.
Para ele, o que fará
mais falta nesse Natal é justamente a família, principalmente o avó, que
morreu pouco antes de ele ir para o hospital.
Querido por todos,
Felipe ganhou uma televisão de presente e diz que agora vai poder
assistir a toda a programação natalina. Ele também ganhou panetones dos
médicos. “Eu comi, mas eu não achei muito bom não”, comenta sobre a
comida tradicional.
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