- Rhaysa Novakoski / Imirante Imperatriz
Os moradores não aceitam as condições das novas residências.
IMPERATRIZ
– Continua o impasse sobre a saída dos moradores das áreas de risco em
três ruas do bairro da Caema, em Imperatriz. Na manhã desta quarta-feira
(10), alguns desses moradores protestaram contra a retirada das
famílias pela Defesa Civil.
As casas das ruas Nova, Vale do
Amanhecer e Niterói estão condenadas pela Defesa Civil, em grau de risco
eminente. A resistência em sair do local se deve à insatisfação com as
novas habitações.
A
dona de casa, Ana Maria de Lurdes, mora a 70 metros da cratera do
riacho Bacuri. Ela gastou cerca de 20 mil reais na construção da sua
residência, que está com as obras paradas desde o aviso de retirada. “A
minha casa aqui é boa, as casas que eles querem levar a gente não dá nem
o tamanho dessa sala aqui”, lamenta a dona de casa.
O local para
onde as famílias devem ser levadas é um condomínio no bairro Santa Rita.
Foram alugadas quitinetes com 15 metros quadrados e somente dois
cômodos – banheiro e uma área maior.
Ao
todo, serão removidas cerca de 22 famílias. Deste total, seis já foram
deslocadas para outros lugares, com o benefício do Programa de
Aceleração de Crescimento (PAC). As 16 restantes serão transferidas para
um conjunto habitacional e depois receberão casas do Minha Casa Minha
Vida.
Para o catador, Francisco Gomes, essas condições são
inaceitáveis, já que existem famílias com até oito pessoas. Ele também
afirma que os moradores entendem que precisam sair do local, mas que não
aceitam ter que pagar o aluguel das novas casas.
“A
gente sabe que tá em uma área de risco, a questão que a gente está
falando aqui é que a gente não quer sair daqui pra aluguel”, afirma. Os
moradores estão reivindicando mais casas do PAC, que não precisam de
financiamento.
O superintendente da Defesa Civil, Francisco das
Chagas Silva, alerta que o risco de desabamento é alto e que as famílias
precisam ser removidas imediatamente.
“Todos eles sabem do risco,
então o que nós podemos fazer é colocar à disposição deles. Já
colocamos um carro do 50º BIS, os caminhões da prefeitura e os agentes
da defesa civil pra auxiliar a mudança”, explica Francisco das Chagas.
De
acordo com o superintendente, os moradores não serão obrigados a sair e
quem tomará as medidas cabíveis será a Promotoria de Justiça, mediante
os relatórios elaborados pelos agentes da Defesa Civil.
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