quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Famílias se recusam a deixar áreas de risco em Imperatriz.



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Os moradores não aceitam as condições das novas residências.

IMPERATRIZ – Continua o impasse sobre a saída dos moradores das áreas de risco em três ruas do bairro da Caema, em Imperatriz. Na manhã desta quarta-feira (10), alguns desses moradores protestaram contra a retirada das famílias pela Defesa Civil.
As casas das ruas Nova, Vale do Amanhecer e Niterói estão condenadas pela Defesa Civil, em grau de risco eminente. A resistência em sair do local se deve à insatisfação com as novas habitações.


As casas em área de risco estão próximas à cratera do riacho Bacuri. (Foto: Rhaysa Novakoski/ Imirante Imperatriz)

A dona de casa, Ana Maria de Lurdes, mora a 70 metros da cratera do riacho Bacuri. Ela gastou cerca de 20 mil reais na construção da sua residência, que está com as obras paradas desde o aviso de retirada. “A minha casa aqui é boa, as casas que eles querem levar a gente não dá nem o tamanho dessa sala aqui”, lamenta a dona de casa.
O local para onde as famílias devem ser levadas é um condomínio no bairro Santa Rita. Foram alugadas quitinetes com 15 metros quadrados e somente dois cômodos – banheiro e uma área maior.


Moradores protestam contra a retirada das famílias do local. (Foto: Rhaysa Novakoski/ Imirante Imperatriz)

Ao todo, serão removidas cerca de 22 famílias. Deste total, seis já foram deslocadas para outros lugares, com o benefício do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). As 16 restantes serão transferidas para um conjunto habitacional e depois receberão casas do Minha Casa Minha Vida.
Para o catador, Francisco Gomes, essas condições são inaceitáveis, já que existem famílias com até oito pessoas. Ele também afirma que os moradores entendem que precisam sair do local, mas que não aceitam ter que pagar o aluguel das novas casas.


Defesa Civil e Exército estiveram no local para auxiliar a mudança das famílias. (Foto: Rhaysa Novakoski/ Imirante Imperatriz)

“A gente sabe que tá em uma área de risco, a questão que a gente está falando aqui é que a gente não quer sair daqui pra aluguel”, afirma. Os moradores estão reivindicando mais casas do PAC, que não precisam de financiamento.
O superintendente da Defesa Civil, Francisco das Chagas Silva, alerta que o risco de desabamento é alto e que as famílias precisam ser removidas imediatamente.
“Todos eles sabem do risco, então o que nós podemos fazer é colocar à disposição deles. Já colocamos um carro do 50º BIS, os caminhões da prefeitura e os agentes da defesa civil pra auxiliar a mudança”, explica Francisco das Chagas.


Moradores penduraram cartazes na rua interditada por pedaços de madeira e móveis velhos. (Foto: Rhaysa Novakoski/ Imirante Imperatriz)

De acordo com o superintendente, os moradores não serão obrigados a sair e quem tomará as medidas cabíveis será a Promotoria de Justiça, mediante os relatórios elaborados pelos agentes da Defesa Civil.

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