Ao todo, a PF foi incumbida de cumprir 38
mandados judiciais, sendo 15 de prisão temporária e 23 de busca e
apreensão. Até ontem à tarde apenas uma pessoa - que não foi
identificada - continuava sendo procurada pelos policiais.
Os nomes das 14 pessoas presas são:
Gilson Costa e Silva (funcionário do INSS), Margareth Mourão Ramos
(gerente da filial maranhense do Banco Schahin, de São Paulo), Alan
Kardec de Jesus Castro Sobrinho, Altemar de Jesus Lemos Neto, Ezequias
Ferreira da Costa, Francisco L. Eliazar da Silva, Carlos André da Silva,
Francisca Pereira de Freitas e Silva, William de Araújo Silva, Eduardo
Corrêa da Silva, Lindomar da Cruz Cordeiro, Manoel Cordeiro Divino
Filho, Rommel Lima Mourão e Manoel Rufino Macedo Neto.
As
investigações da PF tiveram início em abril do ano passado e apontam
fraude em benefícios referentes a Pensão por Morte Previdenciária,
Salário Maternidade (área rural) e Aposentadoria por Idade (áreas rural e
urbana).
A quadrilha desarticulada utilizava idosos para se
passarem por terceiros e obter a concessão ou a renovação de benefícios,
fazer saques por pessoas falecidas, e vendia cartões magnéticos de
benefícios de segurados mortos, mas ainda ativos, na Previdência Social,
assim como de segurados vivos.
A PF informou que o grupo também
atuava na falsificação de documentos de segurados vivos e mortos, com a
finalidade de angariar recursos de empréstimos consignados junto ao
Banco Schahin, de São Paulo, e na aquisição de extratos de benefícios
previdenciários para o crime de estelionato, forjando documentos com a
participação de funcionários de um cartório de Caxias.
Segundo a
Polícia Federal, foram encontrados ainda indícios de irregularidades
como adulteração de idade, utilização de CPF ou dados de outra pessoa
para obtenção de benefício, segurados aposentados como trabalhadores
rurais com vínculos empregatícios na área urbana, pessoas do sexo
masculino registradas no benefício como se fossem do sexo feminino
(possivelmente para justificativa de idade inferior à exigida para a
concessão do benefício).
Nos casos específicos de Salário
Maternidade, foram apontadas fraudes para justificar nascimentos
inexistentes, alterações de datas de óbitos a fim de justificar
pagamentos retroativos e benefícios da área urbana com número de
contribuições inferiores ao mínimo exigido para o ano do requerimento.
Todos os presos foram levados para a sede da Polícia Federal em Teresina (PI).
(Com informações da Folha Online)
Um dos presos pagou até "resgate" por cartão de idoso
O
esquema da fraude na Previdência Social em Caxias era tão certo e
lucrativo que um dos presos chegou a pagar R$ 10 mil de "resgate" pelos
cartões que foram roubados em sua residência durante um assalto.
O
delegado da PF de Caxias, Ronaldo Marcelo Prado de Oliveira,
classificou a situação como "absurda" e disse que "nunca tinha visto
tamanha ousadia".
"O preso confessou que assaltantes entraram em
sua residência e levaram vários cartões, mas como eles não tiveram
acesso às senhas resolveram pedir o resgate dos cartões. Os bandidos
pediram R$ 10 mil ao fraudador. Ele pagou e os cartões foram
devolvidos", informou o delegado. (Com informações de Caroline Oliveira,
do Portal Cidade Verde)
Bando pode ter desviado cerca de R$ 4,5 milhões
A
Polícia Federal fez uma base de cálculo do desvio de dinheiro do INSS
por amostragem, com a ajuda do Ministério da Previdência Social.
Chegou-se a R$ 351.812,00 por ano de fraude. Em cinco anos, que é o
tempo de atuação, os valores chegaram a R$ 1,75 milhão.
"Mas como
esse valor é por amostragem, e só foram examinados 20% dos documentos,
nós estimamos que as fraudes cheguem a R$ 4,5 milhões nos últimos cinco
anos", explicou o superintendente da PF do Maranhão, Gustavo Gominho.
Homens recebiam salário maternidade e jovens de 23 anos se aposentavam
O
delegado da Polícia Federal de Caxias, Ronaldo Marcelo Prado de
Oliveira, que coordenou a "Operação Balaiada", informou que a atuação da
quadrilha em fraudes ao INSS era diversificada.
Ainda no início
do ano passado, os policiais perceberam que autos de prisão em flagrante
possuíam os mesmos crimes contra a Previdência e a partir daí começaram
as investigações.
Depois de mais de um ano trabalhando na
aquisição de provas, os policiais federais de Caxias, juntamente com
funcionários da Previdência Social do município, conseguiram detectar
várias irregularidades, entre elas: concessão de salário maternidade
para pessoas do sexo masculino e jovens com 23 anos aposentados por meio
de falsificação de documento para aumentar a idade.
O delegado
Ronaldo Marcelo informou também que os agenciadores viajavam pelo
interior de Caxias, freqüentando velórios de pessoas beneficiárias do
INSS, solicitando os cartões dos benefícios aos parentes e
convencendo-os a não informar à Previdência sobre a morte, Depois,
começavam a efetuar o saque do benefício.
"Como em muitos casos, o
benefício era de apenas um salário mínimo, eles faziam empréstimos
consignados, com a participação do banco Schahin, obtendo de R$ 3 mil a
R$ 5 mil imediatamente, mas continuavam sacando o beneficio", explicou o
delegado.
Ele informou que a logística da quadrilha funcionava
muito bem, porque os cartões têm um prazo de validade, mas eles se
faziam passar pelo morto e conseguiam a renovação. Outras vezes,
conseguiam convencer as viúvas, aposentadas também, a realizar
empréstimos consignados, e dessa forma também lucravam.
"Eu nunca
tinha visto uma fraude como essa, com essa dimensão", declarou o
delegado. A Polícia suspeita que mais de 140 pessoas estejam envolvidas
no esquema, entre autores e beneficiados.
Fonte: Com informações do Portal Cidade Verde