Ainda
me lembro como se fosse hoje. Era uma bela manhã de 1971. Eu estava com os meus
9 anos de idade. Estávamos todos agitados e brincando na sala de aula enquanto
ele era apresentado nas outras turmas. De repente ele acompanhado pela professora
Ester Ramos Wiens, entra. Todos param e fixam o olhar para o Jovem de olhos
puxados, magro, mas firme e cabelos longos. Foi um misto de surpresa e curiosidade.
A final, japonês era algo para nós de
outro “mundo”. A diretora anuncia então o novo professor. Ele se apresenta, sem
muita conversa pediu para cantarmos o hino nacional, (que de praxe cantávamos no pátio da escola todos perfilados antes
entrar, nesse dia foi diferente) e ele diz. “Vamos cantar bem forte cabeça erguida mãos
esquerda firme e a direita sobre o peito firme e estofado, em referência a nossa
pátria”.
Ele
era Eduardo Hirata, um jovem vinte e poucos anos, acadêmico da USP do curso de História
com um ideário socialista que agora iria fazer parte do quadro de professores da
nossa escola na Colônia Gurupi.
O
documentário Colônia Gurupi, não seria o mesmo sem a presença de Eduardo
Hirata, um dos mais respeitados intelectuais da nossa região, que cravou seus pés
aqui, contribui e continua contribuindo muito para a educação local.
Neste
fim de semana voltamos com o professor à antiga sede administrativa da Colônia
Gurupi, ele se emocionou, falou muitas coisas, principalmente sobre o contexto
político da época. Foi emocionante, uma mistura de alegria, tristeza e nostalgia.
Desde
já nossa equipe agradece de coração pela sua contribuição no documentário.
Muitas graças, Professor.
Zeca Carvalho
Jornalista DRT/MA1041
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