Do Estadão
A
previsão de uma campanha política com poucos recursos afugentou as
grandes estrelas do mercado publicitário e abriu espaço para uma nova
geração de marqueteiros dispostos a trabalhar mais e receber menos do
que em disputas anteriores.
Publicitários
de renome como Nelson Biondi, Duda Mendonça e Luís Gonzalez optaram por
ficar fora das eleições municipais deste ano.
O
marqueteiro João Santana, que liderou as últimas campanhas
presidenciais petistas, e sua mulher Mônica Moura, foram atingidos pela
23.ª fase da Operação Lava Jato e cumprem prisão preventiva.
"Não
quero trabalhar dez vezes mais e ganhar dez vezes menos", afirmou
Biondi. Sondado pelo PSDB, ele preferiu indicar seu genro, André Gomes,
para comandar a campanha do empresário tucano João Doria Jr. na capital
paulista. Biondi disse que pretende se "resguardar" para a campanha
presidencial de 2018, quando espera que as regras em vigor agora sejam
modificadas.
"Culturalmente
é difícil haver doação de pessoa física. Essa nova regra é um teste.
Não acredito que ela seguirá valendo em 2018."
A
única atuação de Biondi em 2016 será como "conselheiro remoto" da
campanha do deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) à prefeitura de Ribeirão
Preto, no interior paulista. "Essa nova geração vai começar ralando",
brinca o publicitário.
Ritmo acelerado
Os
marqueteiros dizem que, apesar das restrições à doações, o custo para o
palanque eletrônico ficará mais caro em 2016, já que os comerciais
serão na sequência (30 dias seguidos).
Os
dois blocos diários de propaganda no rádio e na TV, durante o primeiro
turno, foram reduzidos de 30 para dez minutos. Mas eles serão usados
apenas pelos candidatos a prefeito.
Antes
da nova regra, as campanhas majoritárias apareciam nos blocos três
vezes por semana. Agora aparecerão diariamente. "O volume de inserções
será colossal: 30 programas", observa Felipe Soutelo, que será o
marqueteiro da campanha do vereador Andrea Matarazzo (PSD) à Prefeitura
da capital paulista.
Os
comerciais ao longo da programação ganharam espaço, passando de 30 para
70 minutos diários, com 42 minutos para prefeito e 28 minutos para
vereador. As campanhas já planejam recursos novos, como vídeos por
celular para suprir a demanda.
No
material de rua as restrições também serão fortes. Passa a ser proibido
o uso de placas, faixas, cartazes e pinturas de muros.
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