29 de outubro de 2015, Memorável para mim.
Hoje meu coração transborda de alegria. Recebi minha portaria de aposentada - primeira matricula como professora da Rede Estadual do Maranhão.
Há quase 30 anos iniciei minha jornada como educadora. É um misto de sentimentos... Saudade, alívio, gratidão, dever cumprido...!? Indescritível.
Eu não poderia ter sido outra coisa, se não educadora. Transitei por todos os possíveis cargos da educação, mas nenhum me deu tanto prazer, tanta alegria quanto a sala de aula.
Ali sempre foi meu palco, me arrebatava de qualquer situação externa, qualquer problema que estivesse me afligindo. Nunca me dirigi à sala de aula como se estive indo ao matadouro. Era um prazer que me impulsionava.
No inicio era tudo muito mais difícil! Sem fonte de pesquisa, sem material didático, sem “acompanhamento pedagógico”... Sem conhecimento mais profundo dos conteúdos, sem experiência suficiente para enfrentar os problemas que surgiam inesperadamente. Quantas madrugadas a dentro, buscando ser criativa, me preparando melhor para surpreender meus alunos!!! Quantos finais de semana, feriados... Escrevendo em estêncil colorido, fazendo cartazes em papel madeira para atrair a atenção daqueles olhares curiosos e inquietos que me esperavam com tanta expectativa!
Sinto-me privilegiada por ter entendido desde muito cedo que meu trabalho como educadora ia além... Era uma missão. Deus me escolheu para ser educadora. Trilhei um caminho como todos meus colegas de profissão. Difícil. Às vezes até incompreendida por muitos. Mas fui firme ao meu propósito de fazer a diferença. Carreguei comigo durante todo esse tempo dois texto bíblicos: “Tudo que te vier a mão para fazer faze-o conforme as tuas forças...” Eclesiastes 9:10 “ Tudo quanto fizerdes, fazei de todo coração...” Colossenses 3:23
Em algum momento meu trabalho chegou a ocupar o lugar dos meus filhos. Lembra Jales quando eu dizia que as crianças da escola tinham a mim apenas como empréstimo e que na verdade eu pertencia a vocês? Lembra Thais quando você ficava no portão esperando ver o ônibus sumir e eu de dento dele de coração partido por te deixar alí? E você Jeís que sonhava em estudar na minha sala, só pra ficar mais tempo comigo? Pagamos todos um preço.
A sala de aula me fez buscar cada vez mais o conhecimento. Confirmou-me valores, desconstruiu outros para que fossem reconstruídos. Ainda hoje sinto alegria de estar na sala de aula, Sinto-me útil. Participo ativamente dos conflitos das novas gerações. Alimento-me. Até hoje me empolgo ao planejar uma aula e ao final perceber o bom resultado, aprendizagem dos alunos.
Ainda continuo aprendendo, mas sou muito melhor professora hoje. Vocês alunos me ensinaram ser melhor. Por isso quero pedir desculpas aqueles alunos que passaram por mim e eu não consegui ajuda-los como deveria, talvez pela minha inexperiência... Displicência ou qualquer motivo alheio a mim. Perdão por não ter percebido quando você precisou de atenção, perdão por qualquer palavra ríspida que você não mereceu.
Obrigada a todos os meus alunos por terem me desafiado a cada dia ser melhor profissional. Por terem me estimulado a melhorar como pessoa, como mulher, por terem ajudado a controlar meu ego.
Hoje aos 51 anos, amadureci. Aprendi a filtrar as coisas, a valorizar o que realmente tem valor, a dá ouvidos ao que merece ser ouvido, a ignorar o que precisa ser ignorado.
Descobri que as pessoas podem camuflar por muitos anos uma amizade apenas por interesse próprio.
Descobri que você pode conviver muitos anos com uma pessoa tão fiel quanto um cão de guarda sem lhe dá o valor devido.
Aprendi que amizades podem ser como cristal uma vez quebrado, por mais que se emende a cicatriz permanecerá para sempre.
Aprendi a me alegrar com o que tenho e não ficar sofrendo com o que não tenho. E tenho muito com o que me alegrar!
Obrigada papai e mamãe, vocês não só me apoiaram como foram fundamentais no inicio de tudo, sem vcs para me ajudar com meus pequenos eu jamais teria conseguido galgar esse caminho.
Obrigada minhas colegas dos planejamentos “primários” Francisca Cardoso, Zildamir, Eliete (João de Deus, nem sei por onde vc anda). Isabel Tessmer e Noemi Ferraz.
Obrigada Francila e Arlete Cutrim por abrir espaço para uma jovem senhora de apenas 25 anos, inexperiente, porém destemida. Vocês marcaram minha vida num momento muito especial.
Andrea Guida, você me fez ter um novo olhar sobre minha prática, foi um divisor de águas na minha vida profissional.
Elaine e Cácia. Obrigada amigas por sempre poder contar com vocês, por me motivarem, apoiarem e contribuírem com o meu enriquecimento intelectual. São muitas as histórias que marcaram minha vida com a presença de vocês duas, não apenas profissional como também pessoal.
Obrigada meu Deus pelo privilegio que me deste de prestar tão grandioso trabalho na minha cidade e poder contribui com o crescimento intelectual e social de várias gerações.
Grande beijo a todos que fazem parte de minha história. Uma história que hoje inicia novo capitulo.
Ivanete Carvalho
Há quase 30 anos iniciei minha jornada como educadora. É um misto de sentimentos... Saudade, alívio, gratidão, dever cumprido...!? Indescritível.
Eu não poderia ter sido outra coisa, se não educadora. Transitei por todos os possíveis cargos da educação, mas nenhum me deu tanto prazer, tanta alegria quanto a sala de aula.
Ali sempre foi meu palco, me arrebatava de qualquer situação externa, qualquer problema que estivesse me afligindo. Nunca me dirigi à sala de aula como se estive indo ao matadouro. Era um prazer que me impulsionava.
No inicio era tudo muito mais difícil! Sem fonte de pesquisa, sem material didático, sem “acompanhamento pedagógico”... Sem conhecimento mais profundo dos conteúdos, sem experiência suficiente para enfrentar os problemas que surgiam inesperadamente. Quantas madrugadas a dentro, buscando ser criativa, me preparando melhor para surpreender meus alunos!!! Quantos finais de semana, feriados... Escrevendo em estêncil colorido, fazendo cartazes em papel madeira para atrair a atenção daqueles olhares curiosos e inquietos que me esperavam com tanta expectativa!
Sinto-me privilegiada por ter entendido desde muito cedo que meu trabalho como educadora ia além... Era uma missão. Deus me escolheu para ser educadora. Trilhei um caminho como todos meus colegas de profissão. Difícil. Às vezes até incompreendida por muitos. Mas fui firme ao meu propósito de fazer a diferença. Carreguei comigo durante todo esse tempo dois texto bíblicos: “Tudo que te vier a mão para fazer faze-o conforme as tuas forças...” Eclesiastes 9:10 “ Tudo quanto fizerdes, fazei de todo coração...” Colossenses 3:23
Em algum momento meu trabalho chegou a ocupar o lugar dos meus filhos. Lembra Jales quando eu dizia que as crianças da escola tinham a mim apenas como empréstimo e que na verdade eu pertencia a vocês? Lembra Thais quando você ficava no portão esperando ver o ônibus sumir e eu de dento dele de coração partido por te deixar alí? E você Jeís que sonhava em estudar na minha sala, só pra ficar mais tempo comigo? Pagamos todos um preço.
A sala de aula me fez buscar cada vez mais o conhecimento. Confirmou-me valores, desconstruiu outros para que fossem reconstruídos. Ainda hoje sinto alegria de estar na sala de aula, Sinto-me útil. Participo ativamente dos conflitos das novas gerações. Alimento-me. Até hoje me empolgo ao planejar uma aula e ao final perceber o bom resultado, aprendizagem dos alunos.
Ainda continuo aprendendo, mas sou muito melhor professora hoje. Vocês alunos me ensinaram ser melhor. Por isso quero pedir desculpas aqueles alunos que passaram por mim e eu não consegui ajuda-los como deveria, talvez pela minha inexperiência... Displicência ou qualquer motivo alheio a mim. Perdão por não ter percebido quando você precisou de atenção, perdão por qualquer palavra ríspida que você não mereceu.
Obrigada a todos os meus alunos por terem me desafiado a cada dia ser melhor profissional. Por terem me estimulado a melhorar como pessoa, como mulher, por terem ajudado a controlar meu ego.
Hoje aos 51 anos, amadureci. Aprendi a filtrar as coisas, a valorizar o que realmente tem valor, a dá ouvidos ao que merece ser ouvido, a ignorar o que precisa ser ignorado.
Descobri que as pessoas podem camuflar por muitos anos uma amizade apenas por interesse próprio.
Descobri que você pode conviver muitos anos com uma pessoa tão fiel quanto um cão de guarda sem lhe dá o valor devido.
Aprendi que amizades podem ser como cristal uma vez quebrado, por mais que se emende a cicatriz permanecerá para sempre.
Aprendi a me alegrar com o que tenho e não ficar sofrendo com o que não tenho. E tenho muito com o que me alegrar!
Obrigada papai e mamãe, vocês não só me apoiaram como foram fundamentais no inicio de tudo, sem vcs para me ajudar com meus pequenos eu jamais teria conseguido galgar esse caminho.
Obrigada minhas colegas dos planejamentos “primários” Francisca Cardoso, Zildamir, Eliete (João de Deus, nem sei por onde vc anda). Isabel Tessmer e Noemi Ferraz.
Obrigada Francila e Arlete Cutrim por abrir espaço para uma jovem senhora de apenas 25 anos, inexperiente, porém destemida. Vocês marcaram minha vida num momento muito especial.
Andrea Guida, você me fez ter um novo olhar sobre minha prática, foi um divisor de águas na minha vida profissional.
Elaine e Cácia. Obrigada amigas por sempre poder contar com vocês, por me motivarem, apoiarem e contribuírem com o meu enriquecimento intelectual. São muitas as histórias que marcaram minha vida com a presença de vocês duas, não apenas profissional como também pessoal.
Obrigada meu Deus pelo privilegio que me deste de prestar tão grandioso trabalho na minha cidade e poder contribui com o crescimento intelectual e social de várias gerações.
Grande beijo a todos que fazem parte de minha história. Uma história que hoje inicia novo capitulo.
Ivanete Carvalho