BGE apresenta dados preocupantes do Maranhão na Rio+20
O Estado tem a menor proporção de domicílios particulares com microcomputador com internet.
Ingrid Assis/Imirante
Foto: Sidney Pereira/TV Mirante
SÃO LUÍS – Durante a Rio+20, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) apresentou os Indicadores de Desenvolvimento
Sustentável (IDS 2012), que ajudam a traçar um panorama do país, tendo
como base quatro dimensões: ambiental, social, econômica e
institucional. Os 62 indicadores reunidos pelo instituto mostram que o
Brasil teve ganhos, mas, ainda, apresenta fragilidades nessas dimensões.
Entre
os ganhos, estão: a redução, em seis anos, de cerca de 77% no
desflorestamento bruto anual da Amazônia Legal; o aumento do número de
áreas protegidas; a queda da mortalidade infantil, pela metade, em uma
década; e o acesso crescente às redes de água e esgoto e aos serviços de
coleta de lixo. Entre as fragilidades do país estão a permanência das
desigualdades socioeconômicas e de gênero.
Maranhão
A
pesquisa mostra dados preocupantes sobre o Maranhão. O Estado é o
terceiro com a menor proporção de moradores em domicílios particulares
permanentes com acesso a coleta de lixo, na zona rural. Menos de 10% dos
moradores desta área tem acesso a esse serviço. Em primeiro e segundo
lugar ficaram Piauí e Tocantins. O Estado brasileiro com a maior
proporção de acesso a coleta de lixo na zona rural é São Paulo, mais de
80% dos domicílios têm acesso ao serviço.
Tais
informações sobre a coleta de lixo são relevantes por fornecerem um
indicador que pode ser associado tanto à saúde da população quanto a
proteção do ambiente, já que resíduos não coletados ou dispostos em
locais inadequados favorecem a proliferação de doenças e podem
contaminar o solo e os corpos d’água. Vale ressaltar, também, que a
decomposição da matéria orgânica presente no lixo origina gases
associados ao efeito estufa, por isso, a relevância desse dado para o
desenvolvimento sustentável.
Com
relação ao número total de internações hospitalares por doenças
relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, o Maranhão, também,
apresentou o terceiro maior número de internações, são mais de 800 a
cada 100.000 habitantes. Desta vez, o Estado ficou atrás somente do Pará
e do Piauí, que passam de 900 internações por doenças relacionadas ao
saneamento ambiental inadequado a cada 100.000 habitantes. O IDS 2012
destaca, ainda, que: “Ao se analisar este indicador junto aos
indicadores de saneamento da dimensão ambiental, conclui-se que, em
geral, nas Unidades da Federação com os maiores números de internações, o
acesso aos serviços de saneamento é menor e vice-versa”.
O
Maranhão, também, é o terceiro colocado no número de domicílios
particulares permanentes urbanos com rendimento mensal domiciliar per capita
de até meio salário mínimo. Mais de 35% dos domicílios urbanos vivem
com no máximo meio salário mínimo. Alagoas e Paraíba são os dois Estados
que apresentam índices maiores que o Maranhão. O primeiro chega a
registrar mais de 40%. Segundo o IDS 2012: “A quantificação da população
cuja renda se situa abaixo de um determinado patamar é um aspecto
essencial para o desenvolvimento sustentável, na medida em que a
erradicação da pobreza e a redução das desigualdades são objetivos
nacional e universal”.
Por
fim, o Maranhão tem a menor proporção de domicílios particulares
permanentes com microcomputador com acesso à internet, menos de 10% dos
domicílios do Estado. O Distrito Federal registrou o melhor índice, mais
de 50%. Isso permite compreender que essa baixa proporção diminui as
oportunidades de ampliação de conhecimento para os potenciais usuários,
limitando a criatividade e inovação. “O Maranhão perdurou toda a
primeira década do século XXI com o pior índice”, frisou José Reinaldo
Barros Ribeiro Júnior, tecnologista de informações do IBGE. Isso
significa dizer que, neste momento, muitas pessoas no Estado não terão
acesso a esta matéria, por exemplo.
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