Pistoleiro João de Elza está foragido de Pedrinhas
O pistoleiro João Cutrim Matos, o João de Elza, está entre os
dezenove apenados beneficiados com o Indulto de Natal que não retornaram
a Penitenciária de Pedrinhas.
Ele foi condenado no dia 15 de julho de 2008, a 18 anos de prisão por
homicídio qualificado pelo assassinato do publicitário Manuel Dias de
Oliveira Filho, o Surama, crime ocorrido em 12 de agosto de 2001.
O conselho de sentença, formado por sete jurados, sendo quatro homens
e três mulheres, decidiu por unanimidade pela condenação do réu. Por
isso, o juiz decretou a pena de 19 anos de reclusão, com a atenuante de
um ano por custa de tempo já cumprido de detenção de João de Elza, o que
totalizou um período de 18 anos de prisão, a serem cumpridos no
Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
De acordo com o secretário adjunto de Estabelecimentos Penais, João
Bispo Serejo, 107 presos foram beneficiados pelo indulto de Natal. Com
relação a João de Elza, Bispo Serejo afirmou que ele era um preso de bom
comportamento e acabou sendo contemplado pela Justiça.
Caso Surama
O pistoleiro nunca confessou a morte de Surama. Alega que sequer o
conhecia. Segundo o inquérito policial, o assassinato do publicitário
está relacionado a uma dívida de R$ 600,00 que a irmã dele, Adalgisa
Dias de Oliveira, teria com Teresa Lobato, a Tetê, dona do bar Sabor da
Ilha, no Olho d’Água, tida como amante do acusado.
A dívida teria sido paga com um cheque, porém, sem fundos. Por isso,
Teresa passou a cobrar a comerciante, que prometeu efetuar o pagamento.
Com o passar dos dias, Teresa Lobato teria autorizado ao réu fazer a
cobrança, na manhã do crime, um domingo, dia 12 de agosto de 2001, no
bar de Adalgisa.
Surama, que morava em uma casa nos fundos do bar, não teria gostado
da maneira como João de Elza chegou para cobrar Adalgisa. Ele, então,
telefonou para Teresa Lobato, e teria reclamado do procedimento do
cobrador. Segundo a acusação, depois do referido telefonema, a mulher
teria contado tudo a João de Elza, que teria decidido retornar ao bar e
tomar satisfações. A vítima estava dormindo e foi despertada pelo réu,
que a matou.
Agravantes
João de Elza é, segundo a polícia, integrante de quadrilhas
especializadas em assaltos a agências bancárias no Maranhão e em outros
estados. Ele também é conhecido como pistoleiro de aluguel e responde,
além da morte de Surama, por outros quatro homicídios praticados em São
Luís e no interior do estado. Por um desses crimes, cometido no
município de Cajari, ele foi condenado a seis anos de reclusão, em 1990,
em Penalva.
Os outros homicídios ocorreram em 1994, nas proximidades do bar Tom
Marrom, no Pingão, Anil; no ano seguinte, no povoado Coqueiro, em São
João Batista; e, em 1997, em Viana. Apesar de o assassinato de Surama
ter ocorrido em 2001, o criminoso só foi preso em abril de 2004, em
Goiânia, depois de ter sido denunciado por quadrilheiros, seus
comparsas.
Outra acusação
Além de assassinatos e assaltos, João de Elza foi acusado, em agosto
de 2006, conforme investigações procedidas pelo Serviço de Inteligência
da Polícia Federal, que encaminhou as informações à Delegacia Estadual
de Investigações Criminais (Deic), de estar preparando uma emboscada, a
ser executada por um irmão seu, contra delegado Robson Rui Lopes, que já
foi diretor da Deic.
Os irmãos Matos Cutrim teriam uma rixa antiga com a família do
delegado. Há mais de 10 anos, uma denúncia sobre roubo de gado, em
Viana, feita por Miguel Lopes, pai de Robson Rui, teria culminado com a
prisão de Raimundo Cutrim, o Raimundão, pai dos dois criminosos, que
cumpriu pena no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Raimundão morreu pouco tempo depois de deixar a penitenciária,
causando mais revolta entre seus familiares, que teriam passado a
perseguir os de Miguel Lopes.
(Com informações do imirante.com)
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