Em protesto contra lei antipirataria, Wikipédia fica fora do ar
Quem
tenta acessar o serviço em inglês da Wikipédia desde as primeiras horas
desta quarta-feira (18) encontra a tela ao lado e não consegue buscar
nenhum dos milhões de verbetes postados na enciclopédia colaborativa.
Nesta quarta, a Wikipédia está fora do
ar, cumprindo a promessa feita no dia anterior, quando anunciou um
“apagão” de 24 horas para protestar contra as leis antipirataria Stop
Online Piracy Act (SOPA) e Protect IP Act (PIPA), que tramitam no
Congresso dos Estados Unidos.
O texto na capa do site diz o seguinte:
Imagine um mundo sem conhecimento livre. Por mais de uma década,
gastamos milhões de horas construindo a maior enciclopédia da história
da humanidade. Neste momento, o Congresso dos Estados Unidos está
debatendo uma legislação que poderia prejudicar fatalmente a internet
livre e aberta. Por 24 horas, para chamar a atenção sobre o assunto,
estamos realizando um apagão na Wikipédia.
Como explicou ÉPOCA em reportagem
publicada na terça-feira, os projetos são polêmicos pois responsabilizam
os sites por conteúdo ilegal postado por usuários. Na opinião das
empresas, os textos incorrem em censura de conteúdo e, por isso, são
inaceitáveis. A SOPA prevê a suspensão de sites e a prisão dos
responsáveis por postar conteúdos ilegais por seis meses a cinco anos. A
lei poderia diminuir a pirataria na rede e ajude a desmascarar sites
que vendem drogas, segundo seus defensores. (…) Em um comunicado
oficial, [o fundador da Wikipédia, Jimmy] Wales e outros administradores
dizem que as leis podem ter efeitos “devastadores para a web livre e
aberta” e que embora o conteúdo publicado na Wikipédia seja neutro, a
existência do site não é, por isso as atividades serão suspensas por um
dia.
Grandes empresas da internet, como
Google, Facebook e Amazon, haviam ameaçado realizar um apagão em
protesto às leis, mas até aqui não aderiram à manifestação da Wikipédia.
O Google, entretanto, faz uma ação de solidariedade. Em sua página em
inglês, o site de buscas escreveu: “Diga ao Congresso: Por favor não
censure a rede”.
Quem clica na frase vai para uma página
com o título “acabem com a pirataria e não com a liberdade”, na qual o
Google explica sua posição a respeito dos projetos de lei. Mesmo sem
essas grandes empresas da internet, o protesto deve ter um impacto
significativo. Cerca de 10 mil sites prometem ficar fora do ar por
algumas horas nesta semana.
Nos Estados Unidos, o debate é acirrado
pois enquanto as empresas de internet são contrárias às leis, gigantes
de outros setores, como a música e o cinema, apoiam os projetos. A Casa
Branca anunciou no fim de semana que não apoia os projetos da forma como
eles foram redigidos.
Fonte: Época
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