Comunidades da zona rural de Açailândia interditam obra de duplicação de trilhos da Vale
Desde o começo da manhã de hoje (quinta-feira 19/01) cerca de 700 funcionários da empresa estão cercados impedidos de circular pela região.
Açailandia
- Aproximadamente dois mil moradores da zona rural de Açailândia (MA)
de Novo Oriente, Francisco Romão, Planalto I e II e acampamento João do
Vale ocupam desde a madrugada de hoje (quinta–feira, 19), a vicinal que
dá acesso as obras de duplicação da Estrada de Ferro de Carajás, sob
concessão da mineradora Vale.
O
motivo da interdição da via, onde cerca de 700 funcionários da empresa
estão cercados pelos manifestantes, se dá pelo não cumprimento da
mineradora às contrapartidas na região que foram acordadas com os
moradores das comunidades, há dois meses junto à Prefeitura Municipal de
Açailândia.
“Só
encerraremos o protesto se representantes da empresa vierem negociar
com a população, pois estamos solicitando à Vale várias compensações
diante de seus projetos nas comunidades há muito tempo e agora foi o
estopim, pois ela descumpriu prazos e o povo não agüenta mais e quer uma
resposta”, esbraveja Ricardo Amaro de Sousa do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Açailândia que habita na região.
Segundo
documento entregue ao Ministério do Meio Ambiente e IBAMA pela Rede
Justiça nos Trilhos, que monitora os problemas provocados pela Vale nas
comunidades que margeiam a ferrovia no Maranhão, os impactos na zona
rural de Açailândia são muitos.
“Atropelamento
de pessoas e animais, trepidação e rachadura das casas, além do aterro
de poços com a passagem do trem, poluição sonora, aumento do trafego de
carro, o envenenamento das terras da comunidade pelo veneno jogado nas
plantações dos eucaliptos que cerceiam os assentamentos, devastação
ambiental e constantes incêndios provocados pela locomotiva”.
Diante
desse quadro, as contrapartidas requeridas pela comunidade e não
cumprida pela mineradora são: “melhorias na escola, construção de túneis
para passagens de carros e passarelas para travessia de pedestres sob a
estrada de ferro, valor justo de indenização para remoção das casas,
recuperação dos reservatórios de água, trabalho de prevenção a incêndio,
apoio às experiências ambientais, pesquisas para avaliar impacto dos
agrotóxicos vindo do eucalipto na plantação dos assentamentos e um posto
de saúde”.
Com informações de Márcio Zonta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário