Fronteira agrícola do Maranhão recebe R$ 30 bilhões em investimentos
São Paulo – A valorização da terra no Sul e no
Sudeste do país criou fronteiras agrícolas e transformou os Estados do
Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia – região conhecida como
Matopiba – nos novos polos para investimento das agroindústrias.
Levantamento da Folha com base nos dados das quatro secretarias
estaduais de Agricultura aponta ao menos R$ 50 bilhões em
empreendimentos em andamento ou já anunciados pelas empresas. O Maranhão
é o recordista, com R$ 30 bilhões. O Estado destaca-se pelo aumento na
produção de arroz, feijão, algodão, milho e soja. Nos últimos seis anos,
a área plantada aumentou 12,4%.
“Crescemos porque temos área para expansão agrícola e o valor do
hectare de terra ainda é vantajoso em relação aos demais Estados, entre
R$ 3.000 e R$ 5.000″, disse o secretário-adjunto de Agricultura
maranhense, Raimundo Coelho de Sousa. Para atrair empresas, o governo do
Maranhão também montou um programa de incentivo à agroindústria e
investe na conclusão do Terminal de Grãos do Maranhão, em São Luís, para
escoamento marítimo da produção.
Diversificação
No Tocantins, os investimentos de processadoras de soja, usinas de
álcool, silvicultores e fruticultores, aliados aos aportes do governo em
irrigação, somam R$ 5 bilhões. No centro do Estado, em Pedro Afonso, o
hectare de terra custa R$ 5.000. No caso da Bahia, a diversidade
agrícola tem atraído agroindústrias e R$ 10 bilhões em investimentos.
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No Estado, as empresas produzem vinhos e espumantes, sucos, “snacks”
de banana e produtos extraídos da soja e do coco. Entre os
investimentos, o de maior destaque é do grupo chinês Chong Qing Grain,
que prevê injetar R$ 4 bilhões na construção de um complexo industrial
no município de Barreiras, região oeste do Estado, para processamento e
escoamento da soja.
“O investimento da agroindústria é prioridade para o nosso Estado
porque passamos muitos anos sem ter uma indústria de suco, enquanto
éramos o segundo maior produtor de laranja do país”, disse o secretário
estadual de Agricultura, Eduardo Salles. A Bahia também adotou uma lei
de incentivo à agroindústria. As isenções no ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) chegam a 80% de acordo com o porte
do empreendimento e a quantidade de empregos que poderá gerar.
O Piauí calcula R$ 5 bilhões em investimentos. O Estado tem 6 milhões
de hectares disponíveis para o cultivo. “Queremos empresas ligadas ao
cultivo de algodão, milho e soja”, disse o secretário da Agricultura,
Rubem Nunes Martins.
Por Venceslau Borlina Filho, da Folha de S. Paulo:
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