Mariana Sallowicz
Eike Batista teve
prisão decretada pela Polícia Federal
O avião que trouxe
de volta ao Brasil o empresário Eike Batista pousou na manhã desta
segunda-feira, 30, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão. A
aeronave, que veio de Nova York, tocou o solo brasileiro às 9h54. O empresário
foi escoltado por policias federais logo que desembarcou na pista do aeroporto.
Eike não estava algemado, carregava apenas uma mala de mão. A expectativa é que
ele passe hoje por exame de corpo delito no Instituto Médico Legal.
Eike estava
foragido desde quinta-feira,26, quando a Polícia Federal tentou cumprir um
mandado de prisão preventiva contra ele, como parte da Operação Eficiência, que
investiga um esquema de corrupção montado pelo ex-governador do Rio Sérgio
Cabral. O empresário é investigado por um suposto repasse de US$ 16,5 milhões
em propina a Cabral.
O ex-bilionário
deixou o Brasil dois dias antes da operação da PF, no dia 24. A prisão dele
estava decretada pela Justiça do Rio desde 13 de janeiro.
'À disposição'
No domingo quando
esperava o embarque para o Rio de Janeiro no aeroporto JFK, em Nova York, o
empresário afirmou em entrevista à TV Globo que volta ao País para responder à
Justiça. "Eu estou voltando para responder à Justiça, como é meu dever.
Está na hora de ajudar a passar as coisas a limpo”, disse. “Estou à disposição
da Justiça”, completou.
Eike Batista negou
a intenção de ir para a Alemanha, país do qual é cidadão. “Não. Eu venho sempre
a Nova York, a trabalho”, afirmou.
O advogado de Eike
Batista, Fernando Martins, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo
real da Agência Estado, que a estratégia de defesa do empresário ainda está
indefinida, inclusive uma possível delação premiada. “Ele estava em uma viagem
a negócios. Só combinamos a sua volta e amanhã vamos conversar sobre a
estratégia. Após a chegada dele é que vamos definir os procedimentos”, disse,
ao ser questionado sobre um pedido de habeas corpus ou de uma possível
colaboração premiada.
De acordo com
Martins, não houve negociação com a Polícia Federal ou o Ministério Público
Federal na busca de melhores condições para o ex-bilionário. Eike Batista não
tem o ensino superior completo, por isso poderá ficar em um presídio comum.
“Não houve negociação nenhuma. Isso (o presídio) fica a cargo das autoridades.
Ele vai se apresentar e a Polícía Federal vai definir (se destino)”, disse
Martins.