Maior
área eclesiástica da América Latina não tem padres suficientes. Questão
foi apresentada ao Papa na última Assembleia Geral da CNBB.
Maior
área eclesiástica da América Latina não tem padres suficientes. Questão
foi apresentada ao Papa na última Assembleia Geral da CNBB.
O
problema levou Kräutler a apresentar ao Papa Francisco, no Vaticano, a
possibilidade de padres casados atuarem nessas localidades excluídas.
Pelas regras da Igreja Católica, quem decide se casar não deixa de ser
padre, mas perde o direito de celebrar alguns rituais da religião.
“Não
se trata de opor-se ao celibato de quem tiver feito essa opção
consciente e madura. Trata-se da Eucaristia e da escolha de pessoas que
seriam ordenadas para presidi-la”, afirma o bispo. “Torna-se
urgentemente necessário criar estruturas em nossa Igreja para que os 70%
de comunidades, que hoje estão excluídas da celebração eucarística
dominical, possam participar da fração do pão”, afirma.
“Causa-nos
uma profunda dor ver milhares de [pessoas das] nossas comunidades
excluídas da eucaristia dominical. A maioria delas só tem a graça de
celebrar o Memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor uma, duas
ou três vezes ao ano”, explica o bispo.
Para
o religioso, a condição de pai de família não interfere na atuação como
padre. “Do ponto de vista teológico não há nenhum óbice [obstáculo] a
pessoas que presidem a Eucaristia exercerem durante a semana sua
profissão e serem pais de família. Esta, inclusive, é a tese do bispo
emérito de uma diocese da África do Sul, Dom Fritz Lobinger”, esclarece
Dom Erwin.
A
situação da região foi apresentada ao Papa Francisco em uma audiência
particular no dia 4 de abril. “Por enquanto não se trata de uma
proposta, mas de um pedido de solução para as nossas comunidades.
Naquela oportunidade ele [Papa] pediu que os bispos do Brasil
apresentassem propostas concretas e corajosas para serem discutidas a
fim de chegarmos a uma solução”, afirma o bispo do Xingu.
A
questão apresentada primeiramente ao Papa foi exposta no dia 6 de maio
de 2014 durante a última Assembleia Geral da CNBB. Dom Erwin acredita
que o assuntovai entrar em pauta novamente na próxima Assembleia da CNBB
em abril de 2015.
Dom Erwin Kräutler Bispo
da prelazia do Xingu, Dom Erwin Kräutler é austríaco naturalizado
brasileiro desde 1978 e há 34 anos atua em favor das comunidades na
Amazônia em seu trabalho como religioso. Além de bispo do Xingu, ele é
presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), organismo
vinculado à CNBB.
Fonte: G1/PA